Gostaria de pensar com vocês este tema tão especial, tão sugestivo. Lembro-me da famosa parábola do filho pródigo contada por Jesus. Depois de consumir todos os seu bens, o filho, passando necessidade, lembra-se do pai, vê-se seguro porque confia no seu amor. Como é bom e precioso sabermos que somos amados por Aba (paizinho)!
Como também é muito importante sabermos que há pessoas que nos amam e têm prazer em estar com a gente. A Igreja é lugar de gente que ama, perdoa, aceita e encoraja no Espírito. Era assim que viva a igreja primitiva (At. 2:42-47; 4: 32-37). Os dois pilares da vida Cristã - amor a Deus - amor ao próximo -eram vivenciados pelo povo de Deus. Havia perdão entre eles. Era uma comunidade onde havia festa, alegria. Quando o filho pródigo voltou para casa, o pai promoveu uma grande festa. Todos os encontros da comunidade do Pai devem ser de festa porque fomos aceitos no amado. "Para louvor da glória da Sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Ef 1:6,7). Então, há festa no céu quando um pecador se arrepende. Foi Jesus que disse esta verdade (Lc 15.10). Isto é simplesmente maravilhoso.
No ambiente da comunidade a graça de Deus opera de forma tão forte que todos nos sentimos iguais. Somos interdependentes. Não há acepção, preconceito, rejeição, mas amor repartido que produz atitudes e atos coerentes e pertinentes em Cristo Jesus para a saúde do Seu corpo. Onde há perdão e cura, há festa. Onde há comunhão, há plena alegria. É no ambiente da graça que vem do tratamento de Deus sobre nossas vidas, pois nada, absolutamente nada merecemos.
Deus trabalha em nós através do seu Espírito operando o novo nascimento, aplicando-nos o caráter de Cristo. A igreja primitiva tinha amor, perdão, pão, comunhão, testemunho e Testemunho (missão). Ela um hospital e Jesus, o médico. Quanto mais se vivia Cristo mais saudável era a Igreja e mais relevantes no mundo. As pessoas eram atraídas para a igreja pelo estilo de vida dos crentes. O modo de vida do povo de Deus era atraente.
Infelizmente hoje a maneira de viver dos membros da igreja é repelentes. Para atrair pessoas igreja usam-se dos eventos, grandes concentrações, "reuniões milagrosas", pregação da teologia da prosperidade e outros mecanismos meramente pragmáticos (o que funciona melhor?). As pessoas precisam ver Cristo na comunidade dos salvos - os redimidos pelo seu sangue.
Ser igreja é ser Cristo nas atitudes nos atos. Ser igreja é caminhar na total dependência do Seu Senhor. É caminhar na direção dos párias¹, dos ébrios², dos maltrapilhos, dos pobres, dos miseráveis, dos doentes física e emocionalmente, dos violentados, dos drogados, dos aidéticos e de todos os que a sociedade seculariza rejeita. É necessário sairmos das quatro paredes, da zona de conforto e partirmos para socorrer os que estão "cansados e oprimidos" para que Jesus o alivie (Mt.11:28-30).
Como Igreja, precisamos ser Cristo em carne e osso agindo nesse mundo mau e tenebroso, sem esperança. Saiamos da acomodação, da inércia e da mesmice. Sejamos pessoas de oração, de profundidade espiritual e de criatividade, colocando em prática os ensino do Mestre. Que sejamos pessoas inconformadas com tudo o que está aí.
Que experimentemos um "descontentamento santo" (Bill Hybels). Realmente, não podemos nos conformar com este mundo, mas que experimentemos a metamorfose (transformação) do Senhor (Rm 12.1,2). Dia após dia vivamos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Seja a comunidade terapêutica, a comunidade invasora e catalisadora, a comunidade cheia do Espírito Santo para fazer toda a diferença neste mundo que "jaz do malígno" (1Jo 5.19) Como Jesus, andemos por toda a parte fazendo sempre o bem (At. 10.38).
Homens e mulheres cheio do amor do Pai, da graça de Cristo e do poder da consolação do Espírito Santo até que Cristo volte. Maranata, Jesus!
Tradução
¹párias - Indivíduo como que excluído da sociedade.
² ébrios - embriagado
Fonte: www.institutojetro.com
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